Em tempos de pandemia, o portal de notícias G1 e diversos telejornais têm noticiado a necessidade de os educadores ministrarem aulas remotas, ou seja, utilizando-se da internet para veicular os conteúdos a serem acessados pelos estudantes. Em contrapartida constatou-se que existem muitos entraves: desde a falta de acesso à internet por parte de professores e estudantes até a falta de conhecimentos e domínio das novas tecnologias, principalmente por parte dos educadores.
Além da necessidade de criatividade e planejamento adequado para atingir os objetivos em relação ao interesse dos estudantes, há uma questão primeira que é o domínio dos usos e apropriações destas tecnologias, que segundo Thompson (2014) no texto: Teoria Social da Mídia, diz de como a pessoa se apropria e usa essas ferramentas para as finalidades necessárias.
Diante da decisão da Secretária da Educação, por intervenção do Ministério Público de manter as aulas suspensas, registrou-se a necessidade por aulas remotas. Assim, professores e alunos precisarão se adequar à essa nova realidade que se apresenta.
Neste contexto, percebe-se que os jovens se sentem extremamente à vontade diante do usos destas novas tecnologias, em contrapartida, professores, em grande parte, se sentem, incomodados com esta situação.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Sind-UTE/MG, veiculou, neste mês de abril uma informação que é um paradoxo diante desta realidade: além da falta do domínio das novas tecnologias por parte dos professores há ainda a falta de acesso à internet por cerca de 41% destes educadores. Em relação ao acesso por parte dos estudantes este percentual é ainda maior, cerca de 70% não tem acesso fácil à internet de qualidade.
É inconteste que aulas remostas serão um desafio a mais, além da covid19 tendo em vista a realidade que se apresenta no que tange aos usos e apropriações das novas tecnologias no contexto, muitas vezes precário, da educação brasileira.
Marcos Alexandre de Souza
Diretor Faculdade Souza