Diante de tantas mudanças e tão rápidas, há que se pensar sobre o fato inconteste de que muitas das coisas vistas antes da Pandemia como “normais”, voltarão a “ser”, pela necessidade de seguir com a vida, de movimentar a economia, mas não como antes, e sim, adaptadas ao chamado de “novo normal”.
Nesta perspectiva, o que seria segundo pesquisadores, este “novo normal”?
De acordo com Schirato (2020), “o novo normal”, seria a proposta de um novo padrão que possa garantir nossa sobrevivência.
Shirato fez um paralelo deste “novo normal” com sua experiência de ter vivido uma parte da vida em locais com neve. Para viver em um centro urbano com essa condição climática, a pesquisadora precisou de um kit neve, composto por gorro, cachecol, luva, bota, capote e lenço de papel. Sem esse kit, estaria, segundo ela, absolutamente desprotegido e correndo sérios riscos de ficar doente.
Esse kit neve dá um pouco de trabalho. Nos primeiros dias, é estranho. A tendência é que se fique mais encolhido por causa do frio, ter certo mal-estar ao entrar em uma loja aquecida ou ao ter que tirar as luvas ao manusear um cartão bancário.
Aos poucos, vai se acostumando com o kit. Não por ser agradável, mas por dar segurança. Rapidamente, neste caso, nós, que vivemos em um país tropical, entramos em um “novo normal”.
O que está sendo proposto, agora, é um kit Covid. Um kit de segurança. Andar com máscara, mais contidos, menos expansivos, como se estivéssemos no frio. Guardando certa distância, talvez com luvas e, de certa forma achando tudo muito estranho, mas a garantia da segurança de que não vamos ficar doentes e não transmitiremos doenças fará com que assimilemos esse kit de uma forma indolor.
Assim, entraremos em um “novo padrão de normalidade”. Reforçando, que a normalidade aqui pode ser entendida como padrão que garante sobrevivência dentro de um grupo. Diante disto, vamos nos habituar com esse kit Covid e, certamente, sentiremos falta se não o utilizarmos.
Marcos Alexandre de Souza
Diretor da Faculdade Souza